As redes sociais são ótimos medidores comportamentais da nossa sociedade. A explosão de diversos memes, a repercussão de determinadas hashtags e até mesmo os temidos “cancelamentos” mostram uma população antenada sobre as necessidades recentes de mudança no comportamento social do mundo.
Um bom exemplo disso é a transformação dos conteúdos no Instagram. Uma matéria publicada pelo Uol Tilt mostra que a plataforma vem sendo usada para levantar a importância de movimentos políticos, ultrapassando o conceito inicial de compartilhamento de fotos e vídeos unicamente como entretenimento. O episódio de racismo envolvendo a morte de George Floyd nos Estados Unidos é um exemplo disso, já que as hashtags #BlackLivesMatter e a iniciativa do #BlackoutTuesday impulsionaram discussões, reflexões e protestos no mundo inteiro.
Formas inteligentes de gerar gatilhos mentais em campanhas na internet
Diante de todos esses fatos, muitas empresas refletem sobre qual postura adotar. É preciso se posicionar ou o silêncio é a melhor opção? A equação gera dúvidas principalmente pela crítica que esse discurso pode causar, já que algumas marcas já colheram reações negativas e acusações de oportunismo por parte das comunidades. Antes de adotar qualquer postura ou publicar qualquer discurso emocionado sobre determinadas causas, é preciso planejar. A necessidade de transformação precisa fazer parte do cotidiano das empresas desde o início, abrindo espaço para críticas, sugestões e pensando, acima de tudo, em campanhas diversificadas e inclusivas, que caminhem lado a lado com os direitos humanos.
Não se trata de um posicionamento raso para entrar em uma onda: é uma necessidade de acompanhar as mudanças justas que acontecem em nossa sociedade, em prol de uma comunidade mais democrática e livre de preconceitos. Um exemplo do que não fazer diante disso é a repercussão negativa de uma declaração racista proferida pela co-fundadora do Nubank, Cristina Junqueira. Em uma entrevista concedida para o programa Roda Viva, da TV Cultura, a bancária afirmou achar “difícil contratar pessoas negras” e que não pode “nivelar por baixo” o processo seletivo de contratação de funcionários. O “cancelamento” de Cristina feriu a reputação que a empresa construiu ao longo de sua trajetória, já que esta era frequentemente apontada como uma das corporações mais disruptivas e com novas formas de se trabalhar.
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É preciso, portanto, não apenas aplicar um discurso: trata-se de agir. As empresas, bem como os valores e as campanhas adotadas por elas, devem abraçar as transformações da sociedade em busca de uma realidade mais igualitária, e não o contrário. O público se atenta não só ao posicionamento (ou à falta dele) diante de movimentos políticos e sociais, como também observa quais atitudes a empresa adota verdadeiramente para fazer jus àquilo que defende na teoria.
Processos seletivos inclusivos, ambientes corporativos respeitosos e harmônicos, flexibilidade, campanhas em prol da diversidade, apoio às minorias. Essas são apenas algumas das atitudes que devem reger os valores das companhias que desejam dialogar positivamente com a população. Mais do que apoiar o lugar de fala: é necessário ceder esse espaço, saber quando calar-se com sabedoria e agir de forma efetiva e inteligente.
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